O termo advento deriva do latim “ADVENTUS”, que significa “VINDA”. Em todo o antigo testamento vamos ver esta espera da vinda do Messias, anunciado pelos profetas e prometido por Deus. Isaías será o profeta que anunciará a esperança da vinda do Messias, que virá para governar o povo com justiça e os libertar das mãos dos inimigos.
“Um ramo sairá do tronco de Jessé, um rebento brotará das suas raízes. Sobre ele repousará o espírito de Iahweh, espírito de sabedoria e de inteligência, espírito de conselho e de fortaleza, espírito de conhecimento e de temor de Iahweh: no temor de Iahweh estará a sua inspiração.” (Is 11, 1-3)
“Sobe a um alto monte, mensageira de Sião; eleva a tua voz com vigor, mensageira de Jerusalém; eleva-a, não temas; dize às cidades de Judá: “Eis aqui o vosso Deus!” Eis aqui o Senhor Iahweh: ele vem com poder, o seu braço lhe assegura o domínio; eis com ele o seu salário, diante dele a sua recompensa.” (Is 40, 9-10)
Nesta perspectiva da vinda do Senhor, João Batista é aquele que preparará os caminhos:
“Naqueles dias, apareceu João Batista pregando no deserto da Judeia e dizendo: “Arrependei-vos, por que o Reino dos Céus está próximo”. Pois foi dele que falou o profeta Isaías, ao dizer: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, tornai retas suas veredas.” (Mt 3, 1-3)
João, que significa “Deus fez graça, Deus fez misericórdia”, lembramos que Deus fez misericórdia a seu povo, que ele nos fez misericórdia. Ele é o amigo do Esposo (na sua intimidade e proximidade com o Cristo), ele prepara o seu povo (no seu ministério de conversão), ele nos ensina a humildade.
“Que Ele cresça e eu diminua!” (Jo 3,30)
João Batista nos convida:
“Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas”. (Jo 1, 23)
Neste tempo de Advento, a liturgia é particularmente rica de palavras bíblicas que descrevem a Esperança de Israel.
O objeto principal da Esperança é: a salvação, a bem-aventurança eterna, que nos faz participar na glória de Deus. Esta virtude dispõe o cristão a pôr a sua confiança nas promessas de Cristo, tendo por apoio o socorro da graça do Espírito Santo.
É pela virtude da Esperança que nós podemos por graça, resistir ao mal, atravessar as provações e guardar a confiança no futuro. A Esperança se acolhe e se renova na oração. “Se ninguém me escutar, Deus me escuta!” (Spe Salvi, n°32).
Ela se diferencia da espera meramente humana, que não supõe contar com a graça de Deus e que não visa forçosamente à vida eterna.
“Se temos esperança em Cristo tão somente para esta vida, somos os mais dignos de compaixão de todos os homens.” (1Cor 15, 19)
A Esperança é como “as asas” da fé, e permite à nossa fé de olhar mais alto, mais longe, segundo Deus.
Assim, colocamos toda a nossa esperança em Deus, que realizará a Sua Salvação. Salvação que já começou em nós, com a condição que não desperdicemos a Sua graça.
A graça da Esperança é totalmente vivida quando é aberta à sua dimensão comunitária e eclesial.
“Esta vida verdadeira, para a qual sempre tendemos, depende do fato de se estar na união existencial com um ‘povo’ e pode realizar-se para cada pessoa somente no âmbito deste ’nós’. Aquela pressupõe, precisamente, o êxodo da prisão do próprio ‘eu’, pois só na abertura deste sujeito universal é que se abre também o olhar para a fonte da alegria, para o amor em pessoa, para Deus.” (Spe Salvi, nº14)
O Ritmo da liturgia celeste consistirá em tudo receber do Pai, como o Filho, e tudo voltar ao Pai, com o Filho, no Espírito que é o seu Amor mútuo.
O tempo do advento é um tempo que nos coloca em permanente expectativa da vinda, da manifestação de Deus e de seu Reino em nossa realidade. Essa manifestação se dá em 2 aspectos:
1. Do 1º dom até o dia 16 de dez – ressalta-se o advento escatológico, cuja a liturgia nos inflama para a vinda final de Cristo. (2ª vinda).
2. Do dia 17 ao dia 24 de dez – o advento natalício, como preparação mais imediata para a festa do Natal.
Nesse período somos conduzidos por grandes figuras que são modelos dos pobres que esperam e confiam nas promessas de Deus, entramos em ritmo mais intenso de esperança, de alegre e cuidadosa vigilância, como uma noiva que se enfeita feliz e ansiosa, para a chegada do seu Amado. Neste tempo destaca-se a figura de Maria – que é sinal do cumprimento da profecia. Disse sim em tudo a vontade do Pai.
Vivamos este tempo forte da graça na Esperança e confiança no Senhor.
“O Espírito e a Esposa dizem: Vem Senhor Jesus!” (Ap 21)